07 agosto 2012

Eu Teria te Amado Pra Sempre (Robsten)

Título: Eu Teria te Amado Pra Sempre

Gênero: One-Shot / Angst


Era como um longo e interminável pesadelo. Mas se fosse um pesadelo, a realidade seria o paraíso. E naquele momento, a realidade era o próprio inferno. Ele queria poder despertar e se dar conta de que tudo fora um sonho ruim. Despertar ao lado dela, vendo-a dormir tranqüila ao seu lado.

Mas ela estava diante de si. Os olhos tão vermelhos quanto os dele. Em seu rosto molhado, uma mescla de culpa e arrependimento. E tudo o que os olhos dele conseguiam expressar era o reflexo de uma alma torturada que não conseguia acreditar como aquilo fora acontecer. Por que tudo chegara àquele ponto.

Ela agitou as mãos e soluçou alto enquanto lhe revelava a verdade. Ele a fez repetir pelo menos três vezes. Gritando na última quando ela se recusou a falar novamente.

A intenção dele não era puni-la ou a fazer a situação ser ainda pior do que era (como se fosse possível). Ele só não conseguia conceber que aquelas palavras estavam partindo daqueles lábios. Dos mesmos lábios que lhe disseram “eu te amo” tantas vezes. Dos mesmos lábios que lhe beijavam. Parecia brincadeira. Uma cruel e sádica brincadeira.

O peito dela subia e descia rapidamente, temerosa por qual seria o próximo gesto ou atitude dele. Ela deu um passo tímido em direção a ele, verificando se era seguro se aproximar. Ele mantinha a cabeça baixa, as mãos correndo frenéticas pelo próprio cabelo, lutando contra as lágrimas que insistiam em cair.

Ela se ajoelhou diante dele, pedindo para que ele olhasse pra ela. Ele simplesmente não conseguia, exigia demais dele. Com um pouco de força de vontade, ele levantou a cabeça encontrando os olhos verdes que por tanto tempo haviam sido sua inspiração.

- Eu amo você – ela disse em um tom desesperado e ao mesmo tempo arrependido.

- Se me ama por que me traiu?


Aquela era a questão. Uma questão sem resposta, aparentemente.

Ela não respondeu. Não sabia como.

Um novo silêncio.

Aquilo o devastava, mais do que qualquer palavra que ela dissesse.

- Por que? Eu não sou bom o suficiente pra você?

- Não é isso...

- Eu fiz algo de errado pra que você fizesse isso comigo? Eu falhei em algum ponto com você? Você não estava feliz ou satisfeita comigo?

Ela chacoalhava a cabeça em negativa veementemente.

- Não é nada disso...

- Então por que?

Outro silêncio.

- Por que? – ele gritou – eu tenho o direito de saber.

Ela levantou os ombros, sentindo-se frágil e vulnerável.

- Foi um erro.

Ele riu, sem humor no entanto, enquanto as malditas lágrimas escorriam livremente pelo seu rosto.

- É só isso que você vai me dizer? Mesmo?

Ela mordeu os lábios, chorando ainda mais.

- É porque foi isso. Eu cometi um erro. Eu fui estúpida... Eu não sei o que eu estava pensando... Se eu pudesse voltar atrás eu não teria feito...

- Mas você não pode. E o que está feito, está feito – ele disse num tom amargo.

- Rob – ela tentava tocá-lo, pegar em sua mão, mas ele se esquivava.

- Não, você não precisa me tocar pra falar comigo.

Ela fechou as mãos em punho, desistindo de tentar.

- Eu amo tanto você... Você não pode...

- Pare de dizer que me ama... Deus! 

- Mas isso é verdade.

- Me ama e respeita tanto que foi capaz de me trair.

- Por favor... – ela tornou, suplicante.

- Não – ele balançou a cabeça em um tom definitivo.

- O que vai fazer então? – seu timbre denunciava apreensão – quer que eu vá embora?

A casa era dele, afinal.

Ele enterrou o rosto nas próprias mãos. Doía olhar pra ela. Simplesmente doía.

- Por que a gente não conversa mais sobre isso...?

- Pra eu tentar compreender os seus motivos, é isso? – ele disse, sem levantar a cabeça.

- Pra que a gente possa resolver tudo e encontrar uma solução.

- Solução pra que? – ele riu, mas não havia nem um rastro de humor naquela risada.

- Rob...

- Eu não quero mais te ver hoje.

Aquilo foi como uma facada. Talvez não pior do que a que ela havia dado nele.

Ela não se moveu.

- Anda, sai daqui! Sai da minha frente! Eu não quero mais olhar pra você hoje.

- Você quer que eu arrume as minhas coisas e vá embora, é isso?

- Não, vá para outro quarto, para o quarto do seu irmão, qualquer coisa, mas suma da minha frente!

O tom amargo e as palavras rudes que ele usou para falar com ela despedaçavam aos pouquinhos seu coração. Mas não havia o que dizer, do que reclamar, uma vez que ela mesma despedaçara o coração do homem que dizia amar.

Ela deu as costas a ele e caminhou em direção a porta.

- Você teria me dito se as fotos não fossem vazar?

Ela se virou novamente para ele, olhando dentro de seus olhos para que ele não pudesse questionar a veracidade de suas palavras.

- Teria.

Ele a encarou por um longo minuto, com nada menos do que amargura em seu olhar.

- Vai embora – disse, por fim, desviando o rosto do dela.

*

Quando ela acordou, no outro dia, desejou que o seu mundo que havia virado de cabeça pra baixo tivesse voltado ao normal. Mas não voltou. Ela não se importou se ele ficaria bravo ou não, e decidiu ficar no quarto ao lado do deles... E antes de pegar no sono, ouviu cada suspiro, cada lamento, cada lamúria dele... E aquilo foi cortando seu coração... Ela se lembrou da música que ele fez para ela, na qual falava sobre “estar se apaixonando pela última vez” e só conseguia pensar no quão errada foi e no quão arrependida estava.

Ela pulou da cama e correu para o quarto em que ele estava. Precisava dizer e provar o quanto o amava.

Mas quando entrou no quarto, não havia nenhum sinal de Rob por lá. Nenhum de seus pertences, nada.

Havia apenas um bilhete em cima da cama, rasgado e amassado.

Ela juntou os dois pedaços, duas metades que jamais poderiam se unir totalmente de novo, e leu o que havia escrito.

“Eu teria te amado pra sempre”.

Ela se jogou na cama e chorou. Chorou por longas horas como se todas as lágrimas fossem acabar com o martírio. Como se todas as lágrimas fossem trazê-lo de volta.


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