07 agosto 2012

Fantasia (Fanfic Robsten - Robert & Kristen)

Título: Fantasia

Ship: Robert & Kristen

Censura: NC-17

Gênero: One-shot / Romance

Sinopse: Rob e Kristen voltam a interpretar alguns dos personagens que viveram no cinema... Entre quatro paredes. Sem público, sem câmeras. Tudo para realizar uma fantasia de Kristen




- Tenho medo de você quando fica entediada. Sua mente é fértil demais.

- Não me culpe por ter imaginação. Coisa que você não tem.

Ela claramente estava lhe provocando, e ele notava isso em seu olhar e naquele sorriso malicioso estampado na face dela.

- Você não gosta de brincar, Robert?

Eles estavam naquele joguinho de sedução há mais ou menos 20 minutos e Rob não via a hora de colocar de uma vez suas mãos nela e prová-la de todas as maneiras possíveis. Bem, suas mãos estavam nela, mas não da forma como ele gostaria que estivessem.

Eles estavam sentados no sofá da sala do apartamento que dividiam. Ela estava em seu colo e sempre se esquivava ou dava tapas leves – e às vezes, não tão leves assim – no ombro de Rob sempre que ele ameaçava correr suas mãos por baixo da camiseta que ela usava.

- Ainda não!

- Ai! Você ainda vai deslocar meu ombro.

Rob não entendia porque ela estava sendo tão difícil naquela noite. Havia duas semanas que eles não se viam direito devido a compromissos de trabalho. Ele estava com saudades, mas ela queria jogar mais um pouco.

- Kristen, eu não estou em condições de brincar... Tudo isso... Vai nos tomar um pouco de tempo e eu não vejo a hora de transarmos de uma vez.

- Esse é o seu problema. Você quer tudo muito rápido. Não vai ser assim dessa vez. Estamos há tantos dias sem sexo, quero que seja especial.

- Não. Você quer me torturar e acho que não estou a fim de “atuar” hoje.

- Eu já disse o que quero. Ou isso ou nada.

Rob suspirou derrotado.

- Você é teimosa.

- Eu sei.

- Você é má e persistente.

- Conta uma novidade.

- Kristen... Vamos entrar em um acordo? – a mão dele subiu um pouco a camiseta dela – uma rapidinha. Depois colocamos em prática suas idéias malucas – ele disse num sussurro, sua voz rouca, lhe faltando o fôlego. Ele precisava muito daquilo.

- Nada feito – e ela puxou a mão dele de volta para baixo. Sentada em seu colo, ela sabia que ele já estava desesperado para tocá-la de todas as formas que tinha em mente, porém, ainda assim, ela estava irredutível.

Rob jogou a cabeça para trás, frustrado.

- Droga, Kristen! Eu deveria ser mais enérgico com você e não fazer todas as suas vontades.

- Quem mandou me mimar? – aquele sorriso provocante ainda estava no rosto dela e seus olhos pareciam arder. Tão pequena e tão irresistível. Um lobo em pele de cordeiro, Rob pensava.

- Tá bem, o que vai ser?

- O que você sugere?

- A stripper?

- Não. Mallory de novo, não. Fiz essa há pouco tempo.

- Mas ela é muito sexy.

- E você não é nada criativo.

- Não me culpe por não ter uma imaginação tão pervertida quanto a sua.

- Você compensa sendo pervertido em seus atos, não se preocupe.

Rob não pode evitar rir.

- Ok, então. Eu poderia ser Art, o que acha? – disse ele, com o tom de voz mais zombeteiro.

- Art não é nada sexy. Ele é broxa.

- Ele não é broxa – respondeu, se fazendo de ofendido – eu estava interpretando ele naquele dia com Mallory.

- Não! Você me disse que era um nerd, mas não Art. Mallory nunca transaria com Art. Rob, você consegue transformar algo sexy em algo extremamente broxante.

- Essa doeu. Estou só brincando. Você não gosta das minhas brincadeiras?

- Prefiro as minhas.

- As suas são perigosas. E me assustam, às vezes.

- Sabe, eu já cansei de conversar. Você quer trepar ou não?

Rob deu um sorriso cauteloso.

- Você anda muito direta.

Kristen lançou um olhar inquisitivo a ele.

- Eu quero. Muito. Você no meu colo já deve ter percebido isso. Mas eu queria pular essa parte de teatrinho.

- Fantasias apimentam as coisas. Pare de ser tão quadrado.

- Não estou sendo, eu só quero te tocar de uma vez.

- Quanto mais rápido decidirmos isso, mais rápido você vai me ouvir gemer seu nome, queridinho.

Puta que pariu, Rob pensou. Ela estava quase fazendo com que ele perdesse o controle com aquele olhar, aquele sorriso, aquele vocabulário e agora com aquele jeito de se esfregar nele estando sentada em seu colo.

- Kristen, você ainda vai me matar.

- Eu te faço viver, amor. É diferente.

- Hoje você está afiada. Eu não posso ficar longe de você que essa sua cabecinha trata de funcionar de maneira perigosa.

- Ok – ela mordeu o queixo dele – vamos fazer o seguinte: eu sou Marylou dessa vez. Você...

- Jacob Jankowsky.

- Marylou não está a fim de transar com ele. Ele não parece safado o suficiente pra ela.

- Tem alguma outra idéia?

- Duroy.

- Duroy? Está bem. Aviso que ele é malvado.

- É exatamente o que estou procurando – ela moveu seus lábios pelo maxilar dele, os olhos fechados.

- Eu posso exercitar meu francês, se quiser.

Kristen não evitou um gemido que fez Robert dar um sorriso atrevido.

- Quais são suas exigências enquanto Marylou?

- Hmmm... Eu serei uma perfeita devassa...

- Isso quer dizer o que, exatamente?

- Me trate como uma vadia.

Rob paralisou por um momento.

- Como é?

Kristen deu um suspiro impaciente.

- O que você não entendeu?

- Não vou te chamar de vadia. Isso é pesado.

- Não vai me chamar assim. Vai me tratar assim.

Rob balançou a cabeça, confuso.

- Dá na mesma!

- Não é nada demais. Quero que me bata – ela pediu mordendo os lábios.

- Kristen, você está indo longe demais.

- Rob, como você é insuportável. Não estou pedindo para que me espanque! Me bata... De leve.

- Ta, deixa ver se eu entendi, você quer que eu te dê um tapa?

- Aham.

- Quer que eu te trate feito uma...?

- Isso.

- Humm... Não sei se concordo com isso.

- Marylou é uma vadia. Eu não sou. Duroy adoraria bater nela. Estamos brincando, lembra?

- Ta, ta bem. Olha, Duroy é um francês do final do século XIX, Marylou é dos anos 50, geração beat... Não acha que eles estão em contextos muito distintos?

Kristen se levantou de seu colo, irritada, ficando em pé diante dele e disparando:

- Vai se foder, Rob. Que parte de “estamos brincando” você não entendeu? Mas que merda, não vamos gravar um filme em que os dois personagens se encontram. Vamos transar fantasiando que somos eles. Mas que porra!

Rob se levantou, erguendo as mãos em frente ao corpo como se estivesse se defendendo de um ataque.

- Calma, sua boca suja. Já entendi.

- Não sei por que está sendo tão difícil hoje. Já fizemos isso outras vezes. Eu pensei que gostasse...

- Eu gosto, Kristen. Muito – ele a puxou para ele, envolvendo-a em seus braços – você mexe com a minha imaginação principalmente quando é aquela ninfeta de Into the Wild. Gosto daquela porque foi como te conheci – Kristen deu uma risada contida – desculpe-me. Eu só fiquei frustrado porque queria... eu queria...

- Trepar comigo de uma vez, certo?

- Meu Deus, Kristen. Você precisa de umas aulas de etiqueta britânica. Esse seu vocabulário... bem, ok. Você consegue ser muito persuasiva quando quer.

Ela sorriu e jogou seus braços ao redor do pescoço dele, ficando na ponta dos pés para alcançar seus lábios para um beijo quente e demorado. As mãos atrevidas de Rob começaram a percorrer um caminho perigoso por baixo das roupas de Kristen.

- Hey, ainda não. Precisamos de alguns acessórios para entrar nos personagens.

Kristen se afastou dele seguindo em direção ao quarto.

Um dos motivos para que Rob quisesse pular aquela história de fantasias sexuais naquele dia, era o fato de que as coisas eram mais demoradas daquela forma. Não se tratava apenas de puxá-la para seus braços, arrancar a roupa um do outro e cair na cama ou no sofá da sala numa confusão de braços e pernas e ficar ouvindo suas respirações erráticas, descompassadas e os gemidos de Kristen. Não, aquilo envolvia figurinos e acessórios. Como se já não bastassem os sets de filmagem...

O olhar de Rob capturou um sobretudo e um terno de risca de giz repousados em uma cadeira, ao lado do sofá e que, até então, ele não tinha dado a menor atenção. E depois, atentou para as mechas loiras no cabelo de Kristen e antes que ela abrisse a porta do quarto, ele a chamou.

- Kristen!

Ela se virou rapidamente para ele.

- Já tinha tudo planejado, não é? Quer dizer, o sobretudo... Seu cabelo... Está num tom mais claro novamente...

Kristen deu um sorriso travesso.

Rob respondeu com um olhar descontente, se sentindo ludibriado.

Ela saltitou até ele de forma tão espontânea e graciosa que Rob não conteve o sorriso bobo que invadiu seu rosto.

- Não tem graça assim!

- Nah, você vai gostar. Deixo você escolher os próximos.

- Terão próximos?

- Sim. Ainda essa noite.

- Se você tiver fôlego para agüentar.

- Isso é um desafio, Pattinson?

- O que acha Stewart?

- Ok, vamos ver.

Ela girou novamente em seus calcanhares e seguiu rumo ao quarto, pronta para dar vida à fogosa e estonteante Marylou, enquanto Rob se preparava para encarnar um arrogante e sedutor George Duroy.

Enquanto trajava seu figurino de época e espalhava o gel pelo cabelo, esperando Kristen ficar pronta, Rob pensou que talvez devesse ser mais condescendente com as coisas que Kristen propunha... Isto é, com suas fantasias. Afinal, ela sempre realizava as dele. E fazia o que ele queria, era apenas questão de pedir gentilmente.

Os cantos dos lábios de Rob se crisparam em um sorriso pecaminoso quando ele se recordou do dia em que pediu para que Kristen usasse uma roupa igual a que ela havia usado em um ensaio fotográfico para Elle UK. Nem ele sabia precisar o porquê, mas aquela foto, aquela roupa, o excitavam. Talvez porque Kristen mesclava um ar sexy com um aspecto inocente e ficava ainda mais próxima da definição que ele havia lhe dado: sua menina-mulher.

Foi um bom dia também para estrear um presente: sua câmera digital. Ela relutou a princípio, mas logo relaxou, enquanto ele avançava na direção dela sobre a cama e a clicava, realizando um shoot espontâneo e de improviso com sua garota. Ele tirou várias fotos dela com aquela roupa sobre seus lençóis e aquela carinha provocante e, ao mesmo tempo, meiga que só ela sabia fazer. Rob já sabia, mas nunca era demais salientar o quanto a câmera adorava sua garota e o quanto ela era fotogênica.

Mudando para o modo de gravação de vídeo, sem que Kristen percebesse, ele a filmou em suas poses sexy sobre a cama. Quando ele se deu conta de que ele a estava filmando, fez charminho. Colocando as mãos sobre o rosto e empurrando levemente a câmera para desviá-la, resmungando algo sobre desligá-la que mal deu para entender. Então, Rob deu um close em seu rosto e ela mordeu os lábios, enrolando uma mecha de seu cabelo entre os dedos, ronronando, num convite silencioso para que ele deixasse aquele aparelho de lado e viesse, de uma vez, para cima dela.

- Noite perfeita – Rob sussurrou para si mesmo enquanto dava uma boa olhada em seu reflexo no espelho. Um Duroy perfeito. Aquela poderia ser mais uma daquelas noites mágicas e inesquecíveis. Por que não embarcar na brincadeira? Valeria a pena, com certeza. Aquilo já estava excitante e ele nem mesmo havia aberto a porta do quarto para ver como Kristen o esperava.

Enrolada apenas em um lençol, com toda sua beleza dourada sobre o colchão macio, ela o recebeu. Assim que ele abriu a porta do cômodo, ela mordeu os lábios, com aquele falso ar inocente, o cabelo loiro rebelde encobrindo parcialmente seu rosto.

Ele pareceu devorá-la com os olhos, antes de proferir seu nome em voz alta.

- Marylou.

Ela sorriu, lançando-lhe um olhar lânguido.

- Vejo que já estava esperando por mim – ele tinha um ar cínico, misterioso, provocante em seu rosto. Um tom de voz sussurrado e extremamente tentador. Ele exalava sedução.

Ele se aproximou como um animal selvagem prestes a abater sua presa. Parou a alguns metros da cama, para se desfazer do sobretudo que atirou sobre uma cadeira e arrancar a própria gravata. Mantinha um semblante enigmático, o cenho franzido.

Marylou não falava muito, só quando necessário.

- Estou precisando de dinheiro. Você poderia conseguir com alguma daquelas bruacas com quem você dorme – começou, sem rodeios. Aos poucos, ela pareceu entrar definitivamente na personagem.

Ele arqueou as sobrancelhas para ela, enquanto ia tornando a distância entre eles menor. Ao ficar próximo da cama, lançou-lhe um sorriso de canto de boca.

- Não devia falar assim. São excelentes damas.

- Sei que sou a única que consegue excitá-lo realmente.

- Marylou, minha querida... Não é porque você é jovem que é a única que consegue me proporcionar sexo digno. As outras têm algo chamado experiência – e agarrou-a pelos cabelos, seus rostos a centímetros um do outro, ele a olhava profunda e vigorosamente.

O rosto dela se retorceu em uma careta de indignação.

- Não fale como se fosse por algo mais do que a porra do interesse.

- Você está correta. Mas sexo nunca é um suplício.

- Não as ama.

- E o que te faz pensar que amo você?

- George... O que mais posso te oferecer além de meu corpo?

Ele sorriu. Ela podia ser profundamente estúpida, às vezes. Mas não poderia se negar que era esperta.

- Há muitos outros que querem seu corpo.

- Só tem quem o merece... E quem vale a pena. E se puderem me dar algo mais em troca, melhor ainda – ela mordeu os lábios.

- Então somos mais parecidos do que pensei.

- Você está sempre atrás de dinheiro, George – e ela acariciou sua nuca – eu estou atrás de prazer, de liberdade...

Ele tornou a sorrir.

- É péssimo ser pobre. Sempre de joelhos e implorando. Rezando para Deus lhe dar algo melhor em sua próxima vida, mas não há uma próxima vida! A carne vai apodrecer debaixo da terra – ela sabia que aquela frase tratava-se de uma linha de diálogo do personagem que ele encarnava agora, para realizar um de seus caprichos.

- Isso é filosofia, metáforas? Não estou interessada. Me poupe, já me irrita a forma como Dean fala. Não entendo nada daquelas merdas que ele diz.

O rosto dele se contraiu em uma expressão de repulsa a menção de Dean.

- E por onde andas aquele fracasso que atende pelo nome de Dean?

- Estou fugindo dele.

- E acha que fez uma boa troca?

- Quer saber? Acho que sim... Por essa noite. O poeta louco e bêbado pelo arrogante, ambicioso, narcisista e possessivo. Pelo menos é garantia de uma grana emprestada e excelente sexo. Não que Dean não seja bom nisso... – ela mordeu os lábios, parecendo extasiada – Mas ele nunca tem nenhum centavo no bolso.

- Eu sei que sou melhor – ele a olhou de uma maneira ainda mais penetrante e convicta.

- Pode ser que sim.

Ele riu, orgulhoso. Era exatamente como ela o definira. Um olhar mais atento além de sua aparência, dentro de seus olhos, a perscrutar a sua alma, e era exatamente o que se descobria: um homem sem escrúpulos. Muito bonito, do tipo que chama a atenção e tem as mulheres que quer na hora que quer. Com um excesso de autoconfiança. É a mistura perfeita de juventude, força, sexo, e poder. Viciado no poder e deslumbrado com um mundo pelo qual ele estaria sempre disposto a fazer as maiores loucuras para não sair dele. Se pudesse descrevê-lo em algumas poucas palavras, seria: um grande filho da puta.

- Deixou seu mundo de luxo para trás por uma noite para vir trepar comigo. Eu devo ter alguma importância – Ela sorriu como sempre, com serenidade e aquele costumeiro semblante sombrio e tristonho perseverava em seu rosto. Típico da menina perdida, sem eira, nem beira. Sem planos, sem idealizações... Indo aonde a vida a levasse...

Marylou, aquela loira linda, gostosa e mentirosa patológica. Apesar de extremamente sexual, era ainda uma menina assustada e até ingênua. Do tipo capaz de fazer coisas horríveis sem se importar com as conseqüências. Do tipo vingativa, agressiva. Uma caipira esperta, com uma beleza muito jovem a ponto de parecer errada, proibida. O corpo curvilíneo exalava sexualidade por todos os seus poros. A ninfa de cabelo loiro sujo, com suas belas coxas de mel. Se pudesse defini-la de maneira curta e grossa, seria assim: uma completa vadia.

Ambos eram criaturas selvagens. Cada um à sua maneira. Ele, com seus modos cavalheirescos, tentando encobrir o homem sem escrúpulos que era. Ela, mal-educada e atrevida, que não fazia questão de esconder nada.

- Depois disso, você volta para a estrada?

- Claro. Não sei parar em lugar só. Vou curtir minha liberdade, sem regras, sem leis.

- A gata selvagem de sempre... Despreocupada, inconseqüente... Acredita que há uma estrada para você?

- Sempre há uma estrada em qualquer lugar... para qualquer pessoa... em qualquer circunstância – ela pontuava suas palavras com beijos molhados no pescoço dele.

Havia um novo brilho no olhar dela e ele a fitou, sorridente, ao mesmo tempo em que a perscrutava por um momento que pareceu longo demais.

- Você largou seu mundinho de luxo e ostentação para conversar, apenas me olhar... Ou para trepar? Eu ainda tenho que pegar a estrada depois.

Ele conteve o sorriso largo que ameaçou se abrir em seu belo rosto esculpido pelos deuses.

- Você precisa de umas aulas de etiqueta, Marylou.

A deliciosa e curvilínea loira que repousava nua sob os lençóis, não queria mais saber de papo. Essa era a verdade.

- Na verdade, eu preciso que você me toque. Estou tão excitada - ela sussurrou, arqueando as sobrancelhas para ele, enquanto tocava o volume entre suas pernas, tendo como resposta o sorriso mais malicioso do mundo - Por que você não vem pra cima de mim de uma vez?

Ele fez exatamente como ela pediu, engatinhando sobre o corpo esguio e longilíneo de Marylou, e começou a deslizar sua mão pela pele macia dela, sob o lençol, a apalpando e acariciando vagarosamente, contrastando com a energia, intensidade e selvageria que os dominaria instantes depois.

Ela o auxiliou a se livrar de suas roupas elegantes, enquanto ele se desfazia de uma vez por todas do lençol que encobria toda a beleza daquela garota ardente sobre ele.

- Você me excita, Marylou – ele murmurou no ouvido dela.

Ela mordeu ligeiramente os lábios antes de responder:

- Me fode de uma vez, Duroy!

As mãos dele pareciam comprometidas na tarefa de decifrar cada pequeno ponto de sua anatomia, enquanto os lábios dele se ocupavam de devorar os dela, num beijo frenético e arrebatador.

Uma ligeira pausa para que ambos olhassem dentro dos olhos do outro e era mais do que evidente o desejo que os consumia.

Ele iria tratá-la como ela gostaria de ser tratada.

Com pouco esforço, ele a virou de quatro no colchão, tão rápida e facilmente que ela teve a impressão de que seu peso era fluido nas mãos dele. Agora ela estava do jeito que gostava de ser tomada, mordendo os lábios em antecipação, enquanto sentia as pontas dos dedos, bem como a boca dele, deslizando pelas suas costas. Ela mantinha uma mão espalmada sobre o travesseiro, enquanto com a outra procurava apoio na cabeceira. Ele a segurou pelos quadris e não demorou muito para deslizar para dentro de seu corpo, a penetrando vigorosamente, um rosnado baixo partindo de sua garganta. Ela não conseguiu conter seus gemidos e nem o sorriso de êxtase que atravessou seus lábios.

Aos poucos, ele ia tomando mais impulso, avançando e recuando, com investidas mais intensas, mais fortes. A trilha de fundo do ambiente era uma erótica sinfonia de gemidos, suspiros, palavras duras, obscenas e incoerentes. Ele curvou-se um pouco sobre o corpo dela, de modo que pudesse aproximar os lábios de sua orelha. Os murmurinhos em francês ao pé de seu ouvido, deixando-a simplesmente louca.

Ele sabia exatamente como tocá-la. Como fazer com que ela perdesse o controle. E ela sabia como seduzi-lo, como provocá-lo...

Mas faltava algo para fechar de vez aquela encenação, para mostrar que todo aquele disfarce valera a pena, para que conferisse o exato sabor daquela entrega – em todos os sentidos.

Ele mordeu o lóbulo de sua orelha e se afastou um pouco, o suficiente para realizar o gesto que seria o ápice daquela fantasia insana.

- Você sabe que merece, Marylou – disse com um sorriso enviesado, a voz soando melódica e cínica e, dessa forma, ela sentiu a mão forte e áspera dele lhe atingir em cheio no traseiro. Ela deu um pequeno gritinho. O tapa não chegou a ser forte, ele jamais faria isso com ela. Mas foi o suficiente para mandar algo que se assemelhava a uma alta carga de eletricidade para todo o seu corpo, fazendo com que ela se arrepiasse, seus gemidos ficassem mais altos e frenéticos, e tudo isso culminasse naquela onda de prazer intenso que imediatamente a envolveu e dominou. Um novo sorriso crispou o canto de seus lábios, quando ela se sentiu tomada por um orgasmo pleno e arrebatador. Ele continuou suas investidas poderosas dentro dela, até que ele mesmo atingisse o ponto máximo do prazer.

XXX

- Qual é o próximo? – Eles ainda estavam ofegantes. As respirações altas, rápidas, superficiais.

- Quero aquela de Adventureland.

Kristen riu, rolando um pouco os olhos.

- Rob, qual é o seu lance com as garotas de 17 que eu interpretei?

- Não sei. Acho que é porque eu te conheci com 17 anos, Kristen – respondeu, lhe lançado um olhar que era uma mescla de malícia e devoção – E por mais que, na época, eu me sentisse culpado, achando aquilo errado, eu não conseguia parar de te desejar – ele completou num doce sussurro.

O coração de Kristen disparou alucinado, como em um frenesi.

- Okay, eu serei Em. E você?

- Eric Packer. Cosmópolis.

- Gostei dessa combinação – Kristen mordeu os lábios, antes de pular da cama. Ela ainda se voltou para ele mais uma vez antes de dar prosseguimento à brincadeira da noite.

- No improviso dessa vez?

- Eu não tinha nada planejado como você, sua espertinha.

- Tudo bem. Nós damos um jeito.

XXX

Ela o aguardava, sentada sobre o braço do sofá, analisando as próprias unhas enquanto Bowie tocava baixinho na velha vitrola no canto da sala.

Ele entrou no apartamento em um elegante e impecável terno preto, os olhos instigantes encobertos pelos óculos escuros. O jovem multimilionário contemplou o recinto por um momento, parado diante da porta, as mãos nos bolsos e uma postura rígida, com aquele costumeiro ar de “eu mando e todos obedecem”, antes de dar um meio sorriso perturbador ao se deparar com a visão daquela garota com ar entediado, que corria a mão pelos cabelos e parecia exigir alguma resposta ou justificativa.

- Está atrasado.

- Tive negócios para tratar. Lembre-se que não trabalho em um parque de diversões – ele disse com indiferença, um sorriso jocoso no rosto, enquanto retirava os óculos escuros.

Ela balançou a cabeça, revirando os olhos e mordendo os cantos dos lábios. Naquela fina regata, com seu cabelo castanho-claro, liso e um tanto bagunçado, Em parecia realmente só uma garota muito jovem e frágil. Mas ela não era. Era cáustica, durona...

- Esqueço o quanto você é ocupado. Muitos passeios em sua limousine ao redor da cidade, muitas outras mulheres com as quais gastar sua energia – ela afirmou, falando de maneira pausada, em um tom pungente, ainda mantendo aquela expressão de enfado em seu rosto.

Ele sorriu com arrogância, ao mesmo tempo em que se aproximava dela. No momento em que tentou beijá-la, ela desviou o rosto, lambendo os lábios de maneira indiferente.

- Está a fim de quê?

Ela ponderou um pouco as palavras dele, antes de responder.

- De um baseado. Não tem nenhum aí com você, tem?

- Não. Sinto muito.

- Hmmm... então vou ter que me contentar com o que você tem a oferecer por essa noite mesmo.

Em seu olhar estava nítido o reflexo da garota com relativa experiência em relacionamentos confusos e proibidos a despeito de sua pouca idade, que não se deixava enganar ou deslumbrar facilmente. Sedutora, com um olhar pecaminoso, muito sagaz e bastante irônica.

- Quanto tempo você tem hoje? 30 minutos?

- Um pouco mais.

- Sua mulher está te esperando?

- Há dias que não a vejo e nem falo com ela. Temos nos desencontrado um pouco.

- Casamento interessante esse de vocês – observou com acidez em seu tom de voz.

Ele riu com um semblante cínico.

- A última vez que a vi, eu estava em minha limousine em meio ao maldito trânsito. Olhei para o lado e ela estava em um táxi.

Ela arqueou as sobrancelhas, meneando a cabeça.

- Encontros fortuitos com a sua oficial. Isso é bem diferente.

Um novo sorriso se formou nos lábios dele, agora deixando seus dentes expostos.

- Ela me confessou que não havia reparado ainda na cor dos meus olhos.

Em suspendeu uma mão, cobrindo os olhos dele.

- E a cor dos meus, você sabe?

- Verdes.

Ela retirou a mão.

- Até que você é bem perspicaz.

- Não imagina o quanto.

- Não me respondeu quanto tempo temos exatamente.

- A noite é uma criança... Assim como você.

- Não sou criança, Eric.

Eles trocaram sorrisos cheios de desdém.

- Aposto que ninguém sentirá minha falta por essa noite.

- Hmmm... eu acho que não. Vão querer saber onde Eric Packer se meteu.

- E você, Em? Como está – ela a cortou.

Ela deu de ombros.

- Normal. Problemas em casa. Odeio o que sobrou da minha família e todo o resto – falou entre dentes como se não desse a mínima pra isso.

- Por que tanta mágoa, Em? A vida é tão curta.

- E você sabe como aproveitá-la, não é? – ela se mexeu um pouco no sofá, de modo que a alça de sua regata deslizou um pouco para baixo. Os olhos dele se moveram para a pele nua de seu pescoço e colo.

- Eu gosto dos seus seios – disse com seu sorriso mais mordaz.

Ela rolou os olhos. A boca contorcida num esgar de contrariedade.

- Você é sempre tão doce.

Ele riu com escárnio. Era sempre escarnecedor. Sempre com aquele ar sarcástico e petulante.

- O que quero saber é, se poderoso do jeito que é, – uma nítida nota de deboche se acentuava em seu tom de voz – não está, por acaso, preocupado com sua imagem? – ela levou o polegar à boca, como se o estivesse mordendo.

- Estou mais preocupado com a economia, a cotação do iene... aonde vou cortar o cabelo, essas coisas.

- São essas coisas que te preocupam todo dia? – Indagou num costumeiro tom de voz melancólico e apático.

- Claro – ele respondeu como se fosse óbvio – é isso o que interessa.

Ela mordeu os lábios, correndo as mãos pelos cabelos. Parecia hesitante.

- Você fica sempre tão sexy quando faz isso...

A expressão no rosto da garota a sua frente ainda era um tanto dura e impassível.

- Você é muito esperta, sendo ainda tão jovem. É impressionante.

Como resposta, ela deu um meio sorriso, uma sobrancelha arqueada.

- Está certa em se preocupar com minha imagem. Afinal, o fenômeno da reputação é uma coisa delicada. Mas eu não me importo mesmo com isso, agora.

Ela sacudiu a cabeça como se o compreendesse.

- Eu sou realmente muito bom com mentiras e desculpas. Mas não quero desperdiçar meu tempo com elas agora. Terei oportunidades para ser criativo mais tarde.

Bowie entoava o refrão: “Who knows? Not me. I never lost control. You’re face to face with the man who sold the world”.

O camaleão do rock havia acertado em cheio. Não poderia ter sido mais preciso. Diante de Eric Packer, Em se sentia frente a frente com um homem capaz de vender o mundo.

Ele levou suas mãos aos quadris dela, a puxando para si. Com um ligeiro impulso, as pernas dela o envolveram pela cintura, os braços o rodeando pelo pescoço, enquanto ela mordia os lábios com aqueles olhos imensamente verdes que deixavam público e notório um perverso brilho de excitação.

- Você não presta, Eric – ela sussurrou.

- Você é uma boa garota, Em – disse com um sorrisinho sacana antes de pressioná-la contra a parede. Ela gemeu contra sua boca e o beijou com fervor.

Logo, eles estavam transando sobre o tapete no centro da sala, tendo como trilha sonora a voz de Bowie, que preenchia o ambiente, rivalizando com os murmurinhos obscenos, as palavras sujas, os gemidos frenéticos, o ruído do atrito entre seus corpos que iam de encontro um ao outro, as palpitações intensas de seus corações. O sexo com ele poderia ser descrito em apenas uma palavra com um sentido figurativo: visceral.

Eles rolaram pelo chão, invertendo suas posições e ele deixou que ela tomasse o controle, ficando por cima.

As mãos dela percorreram seu tórax, o arranhando com as unhas, enquanto as dele deslizavam pelas laterais do pequeno e delicado corpo feminino, movendo-se depois para seus seios, onde se deixaram ficar, acariciando-os com vontade, enquanto ela o cavalgava, jogando a cabeça para trás, ofegando, deixando que o prazer de estar tão intimamente conectada àquele homem a dominasse. Ele, por sua vez, mantinha aquele sorriso cáustico, irônico e mal-intencionado no rosto. Vendo aquela menina-mulher se mover tão precisamente sobre ele e contemplando os efeitos e sensações que causava nela, bem como se deleitando intensamente com a urgência dos toques e carícias e a concretização daquele desejo tão ardente que os unia naquela noite.

Eles tentaram fazer com que aquele momento durasse mais um pouco, para curtir ao máximo os instantes de busca incessante por prazer. Logo, ela sentiu espasmos fervorosos percorrendo seu corpo, enquanto assistia o homem sob si entreabrir a boca em um gemido que provavelmente ficou comprimido na garganta, os olhos fechados, enquanto saboreava a intensidade do orgasmo alcançado.

Com um último suspiro de satisfação, ela se deixou cair sobre ele, recostando a cabeça em seu peito. Ele afagou ligeiramente seu cabelo.

- Você foi ótimo, Eric – ela começou, com um sorriso divertido.

- Você também, Em. Nunca deixa a desejar – ele respondeu no mesmo tom – Já devo ter te falado isso antes, mas nunca é demais reafirmar, você é uma atriz muito talentosa – concluiu de um jeito malicioso.

- Digo o mesmo a respeito de você – ela replicou, enquanto ria baixinho.

- Da próxima, nós faremos Cedric Diggory e Branca de Neve.

Agora, ela não pode impedir a gargalhada que se desprendeu de sua garganta.

- Iremos corromper dois personagens que estão no imaginário do público infanto-juvenil. Isso não se faz, Rob.

- Ninguém vai saber. Entre quatro paredes, vale tudo – ele sorriu impiedosamente.

- Você não tem jeito.

- Você que começa com essas suas fantasias loucas.

Kristen mordeu os lábios, levantando a cabeça para fitá-lo por um segundo e inclinou-se para beijá-lo.

- Vai dizer que não gostou? – sussurrou contra os lábios de Rob.

- Claro que gostei. Por isso, estou dando idéias para os próximos.

- De repente, podemos interpretar personagens que não desempenhamos.

- É, pode ser. Poderíamos fazer algo como aquela cena de Ghost, do vaso de barro... Não, apesar de antológica, sempre achei de mau-gosto. Poderíamos fazer aquela de Titanic, no banco traseiro do carro... Bem, já fizemos isso algumas vezes, certo? Aquela de Pecado Original é muito boa, o que acha? Hey, que tal a do nosso clássico favorito? A cena da manteiga de O Último Tango em Paris?

- Não, esse não, Rob! – ela escondeu a cabeça na curvatura do pescoço dele, rindo sem parar das sugestões que Rob havia dado – Tudo menos a cena da manteiga.

- Você é quem sabe. Ainda acho uma boa cena para reproduzir – tornou com um ar debochado.

- Melhor calar a boca e me beijar.

- Te beijar como Duroy ou como Packer?

- Que tal como Rob?

Ele sorriu, satisfeito, antes de levar a mão à nuca dela, puxando-a para um beijo. Dessa vez, sem personagens. Era um legítimo e apaixonado beijo entre Robert e Kristen.

                
                     THE END...

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